segunda-feira, 16 de julho de 2012

A Santíssima Trindade da Música Popular Brasileira

Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Ao meu ver a "santíssima trindade" da música popular brasileira.
Daí vem a pergunta:
- E Tom Jobim? Vinícius de Moraes? Edu Lobo?
São grandes, são gênios; Assim como tantos outros... Mas Chico, Caetano e Gil são diferentes, são de uma inteligência rara, usam as palavras como ninguém. Talvez por conta do período da ditadura(Onde eram obrigados a mascarar o protesto em forma de letras que aparentemente fossem simples e assim não seriam vetadas pelo crivo dos militares), desenvolveram essa facilidade de em uma canção abrir um leque de opções a quem esteja ouivindo, com bases na forma de interpretação.
Chico Buarque dispensa comentários, já vi quem diga que não goste de Caetano, de Gil; Mas nunca alguém que esconda admiração por Chico.
Ele é ao meu ver o mais politizado dos três, o que melhor faz críticas nas entrelinhas, duvido muito que uma sequer das tantas letras de Chico tenham surgido apenas do acaso; Não... Aposto que todas foram bem pensadas, mesmo que só ele entenda o que quis dizer, mas há algo oculto...

Caetano Veloso é é um alquimista musical, ninguém usa como ele figuras de linguagem em seus processos criativos, ninguém consegue jogar com as palavras como ele.
Caetano fala de amor, fala de ódio, fala de desprezo, fala de não falar nada, critica o sistema...
A fala mansa, inteligência e a baianidade de Caetano o transforma meio que em midas, o mais banal em suas mãos vira ouro.

Gilberto Gil é o mais analítico, prolixo e talvez espiritualizado dentre os três.
Gil tem uma facilidade em falar sobre a vida tendo em vista uma atmosfera diferenciada onde aplica lições reais sobre o plano divino em nossas vidas, sem soar como "catequista".
Em inúmeras canções ele consegue criar uma ponte perfeita sobre o real e o espiritual, o profano e o divino...
Muito do que Gil escreve nos faz pensar que sob medida foi feito para cada um de nós, onde na verdade ele consegue de maneira magistral fazer com que cada um em sua visão e momento se identifique com o que por ele foi escrito enquadrando perfeitamente naquele momento "X".

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